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Taylor Swift, RBD, The Town: shows internacionais animam fãs e movimentam economia das cidades


Foto: Bob Levey/TAS23/Getty Images for TAS Rights Management


Os shows internacionais prometem agitar o Brasil nos próximos meses. Até o fim do ano, pelo menos sete grandes eventos são esperados, desde festivais a apresentações de bandas e de artistas solo.


Mas não são apenas os fãs que devem curtir essa movimentação — vários setores da economia também estão apostando em aumento na demanda até o fim do ano, puxados por essas programações.


André Coelho, especialista em Turismo da Fundação Getulio Vargas (FGV), explica que os eventos musicais e grandes shows têm ampla cadeia produtiva e impactam significativamente o movimento econômico nas regiões onde são produzidos.


“O impacto econômico direto refere-se às transações financeiras imediatas, como gastos associados à atividade, vendas de ingressos, pagamento de salários, contratação de serviços e compra de insumos”, afirma.


No que diz respeito ao impacto indireto, Coelho destaca os efeitos que os eventos têm sobre outros setores e segmentos.


“Eles surgem como resultado dos gastos diretos, criando um efeito multiplicador que se propaga por meio das interações econômicas”, diz.


Para o especialista, os resultados produzidos por shows e atividades culturais justificam os investimentos — muitos deles na casa do milhões — nesse tipo de produção.


“Não apenas pelo impacto econômico, mas também pelo efeito cultural e turístico”, finaliza.

Até o fim do ano, a agenda internacional no Brasil está cheia: em setembro, acontece o festival “The Town”; para novembro, são esperadas apresentações do RBD, Taylor Swift, The Weeknd e Red Hot Chili Peppers.


Além disso, há uma grande expectativa para o anúncio de shows da cantora Beyoncé, que poderiam ter ingressos à venda ainda este ano.


Demanda aumenta, mas inflação ainda preocupa


Doreni Caramori Júnior, presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), afirma que o aumento de eventos deste tipo no país está relacionado a uma grande “euforia” do mercado pós-pandemia.


“As pessoas ficaram dois anos sem conseguir acesso a esses produtos e, agora, o setor investiu em gerar oferta para atender a demanda”, diz.


No entanto, ele destaca que mesmo com o aumento da procura por shows, a alta inflação ainda deixa os custos muito altos para os produtores.


“O cara que tinha o palco, vendeu para conseguir manter o caminhão que transporta os equipamentos; o outro que tinha o técnico de som, o demitiu e agora tem que terceirizar. Esse conjunto de coisas gerou um aumento da inflação para o setor”, afirma.


“A Abrape espera que o setor de eventos cresça pelo menos 10% este ano, e um vetores disso é, sem dúvidas, essa temporada de shows que vem por aí. Mas, além disso, temos os eventos regionais, como carnaval e festas tradicionais, que também colaboram muito para essa expectativa”, diz.


Hotéis


Fernando Guinato, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) e diretor do Sheraton WTC, afirma que desde o início do ano os eventos têm aumentado muito a procura nos hotéis de São Paulo.


“O mês de março foi excepcional por conta do show do Coldplay e depois pelo Lollapalooza, onde muitos hotéis tiveram ocupação muito próxima de 100%”, explica.

Além disso, Guinato destaca que taxas de ocupação elevada aumentam as tarifas médias dos hotéis.


Para os próximos eventos, o especialista destaca o festival “The Town”, que acontece em setembro, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.


“Já estamos tendo alta procura, e com certeza isso vai movimentar o setor tanto quanto o mês de março”.


Para o Sheraton WTC, a ocupação para o período já está quase completa, especialmente pelo staff do festival.


“Eu também já sei de outros hotéis na região que já estão com a ocupação quase esgotada. Mesmo assim, o setor pode ficar tranquilo, porque vai sobrar pra todo mundo”, brinca.

Bares e restaurantes


Matheus Daniel, líder da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), explica que os bares e restaurantes estão sempre envolvidos quando o assunto é aumento da demanda de eventos.


“Para o setor, é sempre muito positiva a movimentação das cidades, com as festas, festivais e shows, porque eles geram oportunidade de negócio”, afirma.


Além disso, o especialista explica que os bares e restaurantes que funcionam no período noturno, após o término dos shows, tendem a ter aderência ainda maior.


“O impacto do movimento é em torno de 50% acima do normal, dependendo da localização”, explica.


É tudo culpa da Beyoncé?


O economista-chefe do Danske Bank, o maior banco da vizinha Dinamarca, disse em meados de junho que a decisão da cantora de iniciar sua turnê mundial “Renaissance” em Estocolmo no mês passado levou a um aumento nos preços de hotéis e restaurantes na área, com dezenas de milhares de fãs indo à cidade.


Michael Grahn estimou que a demanda extra dos fãs de Beyoncé, conhecidos coletivamente como BeyHive, foi responsável por dois terços dos aumentos de preços observados no setor de hospitalidade em maio.


Fonte: CNN Brasil

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